Ela Nunca Quis Contar A Sua Inferno

O microfone retorna o silêncio de Natalia interrompido pelo som eletrônico de qualquer aparelho. Irmãs, treme, encolhe. Ela nunca quis descrever a sua inferno. Sua história não foi espontâneo ou voluntário. Tinha apenas 11 anos no momento em que escapou-lhe dizer uma amigo do colégio de freiras que quem sabe estava grávida.

O aviso a Menores de idade, pôs em marcha um protocolo que sentou-se na primeira vez frente a um psicólogo. Que puxou o fio de um emaranhado de abusos, violações e torturas que tinha três homens como protagonistas. “Não poderei, não imagino por onde começar”, tartamudea à beira de um poço muito profundo.

A agressão insistente do interrogatório do ministério público, assim como não ajuda. Desta vez é o seu pai, Manuel P., que senta no banco dos réus. É significativo, lembram, que repita o que já declarou perante o juiz, em 2008. Que conte como a humilhava desde os cinco anos informando-lhe que ninguém a queria, que servia só para ser prostituta.

Como a vejaba e a utilizava pra fazer fotografias pornográficas amordaçado à cabeceira da cama. “Abusava de mim, me ligando e me maltratava. Mantinha relações sexuais comigo e acabou por penetrarme”, consegue verbalizar entre o martelar de questões. Era em que momento ele voltava a Lisboa, vindo da Inglaterra pra fazer a temporada.

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  • 1996: Ela Akashi
  • 2 Valores morais 2.Um Casamento

“Se o contas te matarei a pauladas”, chegou a manifestar-lhe. Um dia, até mesmo, o novo casal de teu pai descobriu juntos pela cama. A mulher deu-lhe uma surra que lhe deixou o corpo humano pintado de hematomas. A menina a mandaram para moradia dos avós.

“É a pessoa que mais tenho visto sofrer as conseqüências de alguns abusos, e levou muitos anos para isso. Travava e ficava, sem frases, se ia. Não falava nem ao menos se mexia”, descreve a psicóloga que a tratou durante um ano e meio. Passaram-se meses até que pronunciou o nome de seu pai pela consulta. Até que começou a desenhar os cinco anos de suposto martírio para os que ontem lhe julgavam.

Violações e abusos de “ferocidade incomum” e “maneira brutal” por que a Procuradoria pede para o acusado vinte e cinco anos de prisão. Porque chegou uma etapa em que seu pai, o que escondia debaixo do colchão as cordas com que a amarrava, abusava dela diariamente.


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