Usava Um Vestido Branco E Longo

Uma refelexión sobre a minha existência que tem que ver com o amor e o desamor. Acho que alguns de vós, podereis adicionar experiências semelhantes. Há 17 anos me casei. Desse jeito, fiz o meu sonho de guria: o de unir-se em santo matrimônio na capela de San Saturio, localizada numa curva do rio Douro que esconde a cidade de Sória.

Uma semana antes do link, não tinha nem sequer o vestido, nem ao menos o certificado de batismo. Uma semana antes do link, eu pensava em como fugir da arapuca em que, suspeitava, estava com a intenção de cair. Um ano depois, me separei em um estado de desordem sentimental inesquecível. Eu peguei a mão do meu filho e começamos, juntos, um caminho luminoso.

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apesar das incompatibilidades caracteriales que nos haviam levado a um divórcio cedo, consegui conservar uma interessante relação com o que fora meu marido e pai de nosso serzinho, durante mais de um lustro. Nada de agradável trouxe esta circunstância. A incomunicabilidade é um dispositivo perverso que inventamos os humanos pra se divertir na infelicidade e ter a desculpa pra fazer todo o tipo de ultrajes. É a serpente enrolada na árvore entre Adão e Eva.

É a que fere os filhos. É o que alimenta as diferenças. É a que exagera e destrói. É o que eu imagino de mentiras. Eu Me casei pela Capela de San Saturio de Soria. Usava um vestido branco e grande, uma mantilha de uma bisavó, um buquê de margaridas e flores no cabelo.

Entrei pela capela do braço do meu pai, e nunca me senti tão pequena. Eu Me casei em razão de quis, essa é a verdade. É a única verdade. Tudo o resto pertenceu ao desconcerto e as armadilhas da existência e a nossa juventude ingobernable. Não. Vivemos, somente isso. E não há nenhuma responsabilidade nisso. Porém, há anos em silêncio. Enquanto isso, o serzinho se fez maior, até tal ponto que partiu a preparar-se para o estrangeiro. Como herança que me deixou umas caixas pesadísimas pra que as envie. Frente à impossibilidade de fazê-lo eu mesma, o meu filho foi ordenado que teu pai viria, tal dia, às sete da tarde, e ele as levaria de veículo.

Logo depois esta operação absurda caí pela conta de que por este dia, em que, como um ladrão que tinha sido o meu afeto entrou, levou as caixas e foi correndo, era o dia 29 de agosto. Era nosso aniversário de casamento. A promessa, sincronías daqueles que tiram os joelhos e afogar as frases. E só uma pergunta paira em minha mente: No momento em que permitimos que a loucura é adueñara de nosso presente?


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